Os dias estão longos,
eu não me encontro mais em mim, me perdi ao cruzar a porta,
choveu na minha nuca, eu que tinha tanta certeza agora me encontro em círculos,
me abastecendo do inesperado passageiro,
de vez enquando-quando me pego assim sozinho,
no escuro do ninho bem encolhidinho eu penso em ti, não queria mas sempre é mais forte que eu,
esta história já deveria ter terminado mas eu não consigo te abortar, ou se te abortei algum dia foi sem perceber,
então fico mais perdido ainda, pois ainda sinto você aqui, mexendo, aperto que da, tempo frio que não passa, chuva idiota lá fora,
eu quero correr, quer aquecer, desmaiar, adormecer, acordar você noutro lugar,
minhas tentativas de versos são tristes,
uma vez eu li que não existia poeta que nunca tinha sofrido,
mas porque a minha tentativa de poesia triste não faz sentido sem você aqui, ai meu verão que não chega,
o teu cheiro já se foi, confesso, um dia me enchi de raiva e rasguei em pedaços pequenos a tua foto, depois me deu uma tristeza e me desidratei a chorar deitado no chão sozinho olhando pra você em
pedaços, tentei te remontar mas vi que o brilho dos teus olhos não era mais o mesmo,
foi tão forte pra mim te ver sem aquilo que me conquistara,
eu nunca quis mas as vezes me encontro nos braços de outros pensando em ti, dói, me sinto mau,
é difícil quando não consigo me iludir, mentir pra mim mesmo, quando a dor torna-se menos doido,
quando tua ausência fica menos sentida, quando eu já tenho dias sem pensar em ti e o telefone toca e tudo vai embora,
ai meu Deus, meu verão que não chega, frio que faz, chuva que cai, quando melhora?
DENNIS CORDEIRO
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